Na movimentada cidade de Vilhena, um evento emocionante marcou o encontro de aproximadamente 70 colaboradores…
Parceria para seleção de lixo urbano em Vilhena qualifica trabalho de catadores; E a renda já dobrou
catadores já fazem a seleção de cerca de 50 toneladas todo mês
Em Vilhena, ao Sul de Rondônia – 705km de Porto Velho, uma parceria da MFM Soluções Ambientais, o SAAE (Serviço Autônimo de Água e Esgoto) e a Recicoop-Sul (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis) está qualificando o trabalho das pessoas que vivem da coleta de materiais recicláveis no município. A dura realidade do lixão a céu aberto na cidade – já desativado – deu lugar às condições dignas para continuar retirando sustento do lixo.
A começar pelo novo local de trabalho, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e, claro, a boa relação entre os parceiros.
No galpão de Triagem do Aterro Sanitário Unidade de Vilhena, da MFM Soluções Ambientais, 18 catadores já fazem a seleção de cerca de 50 toneladas de resíduos urbanos destinados ao local, todo mês. “Claro, a quantidade de material selecionado, que, atualmente, não chega a 3%, pode ser bem maior com a organização do sistema, incluindo o de coleta seletiva”, conta Emerson Krefta, presidente da Recicoop-Sul.
Pensando nisso, Emerson estima agregar mais 12 catadores no projeto. O que seria um número de cooperados ideal, segundo o presidente, considerando também a questão da renda mensal. “Atualmente, cada catador recebe cerca de R$ 1.100,00, por mês, no rateio da cooperativa”, revela.
Antes, quando os catadores realizavam seu trabalho no lixão, a maioria dos trabalhadores ganhava em torno de R$ 500,00 mensais.
Dona Cleusa da Silva, de 49 anos de idade, é uma das beneficiadas com o trabalho na central de triagem. Ela foi catadora de lixo durante 20 anos em lixão, numa vida ‘tomando’ sol e chuva, exposta a doenças. Agora, Cleusa sabe que pode mais: “Podemos mesmo, muito mais com essa parceria, e só de trabalhar dignamente, já é um grande recomeço”.
Logo, será a vez dos catadores de recicláveis de Cacoal e Ji-Paraná, na região central do Estado, receberem os benefícios, por meio das parcerias que vão movimentar os galpões de triagem dos aterros sanitários da MFM nestes dois municípios.
Lixão: vida clandestina e insalubre
Muitos catadores de recicláveis ainda trabalham em áreas de lixões em Rondônia, com destaque para a Capital, Porto Velho e a interiorana Ji-Paraná. Sempre de forma clandestina e sem nenhuma assistência. Reportagem do site G1 RO conta que o ‘Lixão da Vila Princesa’, em Porto Velho, as margens da BR-364, recebe 19 mil toneladas de lixo urbano todo mês.
A Vila Princesa é composta por 380 famílias e 90% delas trabalham direta ou indiretamente com o lixo reciclável, conforme Toni Santos, um dos representantes da cooperativa que funciona no local.
Os catadores fazem a seleção de materiais recicláveis, muitas vezes sem proteção – entre elas os EPI – Equipamentos de Proteção Individuais, ‘tomando’ sol e chuva.
A contaminação pode ser inevitável e gerar patologias como a cólera, febre tifóide, giardíase e leishmaniose, e o contato direto com materiais perfurocortantes aumenta o risco de causar hepatites.